Vasco

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A PUBLICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS - BRASILEIRAS - RAPIDINHAS

O número 1 combina com Pelé
Ser muito mais do que mais uma publicação esportiva, marcando a sua chegada ao mercado brasileiro como revista ligado à cultura do esporte, abordando “temas muito mais amplos do que simplesmente um jogo de futebol”, foi a filosofia que fez a revista ESPN se instalar por aqui.
Inicialmente desenvolvida por parte da equipe responsável pela Trivela, que lançara a sua última edição em setembro de 2009, dois meses depois ela  chegou às bancas de revistas com as suas proposições sobre comportamento, estilo de vida, dicas de saúde, perfis de personalidades de destaque, bastidores do setor esportivo, cultura e destinos, o que já não era mais novidade por aqui, com muitos desses temas já abordados desde os tempos das Manchete Esportiva, na década-1950, da Revista do Esporte, na décdfa-1960 e, principalmente, por “Placar”. Sem escapar da imutável fórmula de oferecer ao leitor crônicas, charges, humor, agenda esportiva colunas   assinadas por jornalistas muito conhecidos na tela da TV a cabo da casa, como Paulo Vinícius Coelho, José Trajano e Mauro Cezar Pereira, e acrescentou “games” em suas edições, o que era uma tentativa de ganhar o mercado dos adolescentes.  
Aline Moraes detonando
Lançada pela  paulista  Spring Editora, teve por “publisher” José Roberto Maluf, enquanto o diretor de redação foi Caio Maia e o editor-chefe Leonardo Mendes Júnior, também colunistas. A equipe de redação era pequena, contando a repórter, Vanessa Ruiz e repórter especial, Luís Augusto Simon. Mas matérias vindas da matriz, traduzidas por  Lígia Fonseca, aliviavam a barra.
 A edição brasileira seguiu o projeto gráfico da xará norte-americana, “ESPN The Magazine”, que dizia ter mais de 14 milhões de leitores, e o departamento comercial trabalhou a todo o vapor, colocando nas 88 páginas do número 1 – com Pelé na capa – 14 anúncios, vários de página dupla coloridas no tamanho 12,5 x 9 cm – Fiat e Chevrolet (automóveis), Suzuki (motos), Nike (material esportivo), Banco Santander, Rexona, Gillette e Bozzano (higiene pessoal),  Visa (cartão de crédito), Telefônica, Club A (hotéis), Rolling Stone e América Economia (revistas) e Johnnie Walker (uísque) – além de alguns anúncios da casa.
Falcão do futsal exorbitando
 ESPN trazia diagramação semelhante a das revistas esportivas lançadas entre as décadas-1990/2000 e um defeito de algumas delas: matérias longas e com poucos descansadores visuais, os intertítulos. Um desses exemplos esteve na edição estreante, contando sobre como o Rio de Janeiro conseguiu ganhar a promoção das Olimpádas-2016. Embora com parágrafos bem explícitos, foram quatro páginas com três aliviadores. Pior ocorreu no texto sobre Pelé: os mesmos três, mas em seis folhas. Juntado isso ao tamanho do produto era um convite ao leitor para não ir muito às bancas busca-la. Realmente, desconfortável. Mas a semanária só reduziu a sua centimetragem – para 10,7 x 9 cm – a partir do nº29, de março de 2012.
 O quinto número da revista ESPV, com 100 páginas, já teve queda de anunciantes – Bozzano, Everlast e Athleta (marca de material esportivo), Rexona, Prefeitura de São Paulo e BandSports (divulgando a Fórmula Indy), RollingStone e América Economia (revistas), Antarctica (bebidas) e Nestlé (nutritivos). Um detalha contribuiu para isso: não trazia o futebol brasileiro como era escancarado pela Manchete Esportiva, farta de fotos e times posados. Não dava tesão ao apaixonado torcedor do Flamengo, dono da maior torcida do planeta ver , por exemplo, fotos cortadas de ídolos goleadores imersos por um grande brancão ao fundo. Muito menos seduzia os “brasucas” esportes como  futebol norte-americano, que poucos entendiam, beisebol, vela, surf e Fórmula Indy, que não pegou por aqui como a Fórmula-1. Por sinal, nesse caso automobilístico, o três vezes campeão da F-1, Nélson Piauet, observou: “Torcedor brasileiro só gosta disso quando um piloto brasileiro está vencendo”. E na F-Indy eram raras  ou nenhuma as emoções proporcionadas pelos patrícios à época de circulação da revista.           

O nº 10, em agosto de 2010, seguiu centenária em páginas e com o número de peças publicitárias ainda mais reduzidas – Très Marchand e Clearmen (higiene pessoal), Everlast, Bauduco (comestíveis), Fundação Gol de Letra (assistência social), Destak (jornal) e Calminex (contra dor muscular). Esta edição exprimiu o clima norte-americano de cultuar o basquete, colocando na capa três atletas brasileiros que atuavam por times da NBA – Nenê, Leandrinho e Verejão. Seria algo válido para os Estados Unidos, onde a força da modalidade é grande. No Brasil, jamais as principais revistas esportivas – Esporte Ilustrado, O Globo Sportivo, Manchete Esportiva, Revista do Esporte, Gazeta Esportiva e Placar dos primeiros tempos  – o fizeram. Nem com o basquete norte-americano tendo jogos transmitidos pela TV brasileira, pois não seduziu em demasia. Se assim o fosse, a TV Bandeirantes não o teria tirado do ar, tempos depois de apostar na fórmula.
Último número. Quem são os caras?
Historinhas do futebol em quadrinhos, desenhadas por Aczel, charges criativas e bem humoradas e ilustrações de artistas como Aroeira, Junião, Dan, João Tiago, Daniel Grillo, e até desenhos tipo grafiteiro, por Daniel Bueno, não foram suficiente para  dar vida longa à revista, que esqueceu de um detalhe muito explorado por  Lance A + e Placar: mulheres sexy, em bikines estonteantes. A galera ia ao delírio curtindo as “deusas das paginas”. Por sinal, as mulheres ganharam só três capas – as voleiras Jaqueline e Sheila, do time do Osasco-SP (abril de 2011), a a futeboleira Marta, que foi eleita a melhor do mundo por cinco vezes (junho de 2011) e medalha de ouro no atletismo olímpico Mauren Maggi (fevereiro de 23012).     
ESPN chegou à última edição em dezembro de 2012,  com 38 visitas mensais às bancas. Trouxe uma capa bonita do ponto de vista artístico (foto), mas nada que motivasse o torcedor a compra-la, pela dificuldade de identificar os “capeiros”. A despedidas do mercado brasileiro teve 84 páginas e  nove peças publicitárias – Nike, Penalty,  Correios (divulgando o Sedex),  Le Monde  diplomatique Brasil (jornal), Trivela (site esportivo sobre futebol internacional), History, A&E e Bio,  (canais televisivos) e Nivea (produtos para higiene pessoal). Muito norte-americanizada para o gosto do


 
 
 
 
 
 
 



 

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