MEMÓRIA DA PUBLICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - RAPIDINHAS

 Separadas no tempo por uma linha divisória, a Revista 10, lançada em 2004, a Invicto e a Trivela, ambas em 2066, e a FootBall, em 2010, tiveram em comum a prioridade ao lado histórico do futebol, a impressão a cores e o rápido tempo de circulação.

A primeira pode ter inspirado a segunda, pois um dos seus cabeças a citou por um editorial, além de que o formato de suas entrevistas e matérias é como se tivéssemos apanhado a que veio depois e voltado ao passado com a impressão de já ter visto isso antes. As diferenças estão no fato de a Revista 10 usar bastante intertítulos, não comum à “simpatizante”, e a diagramação da Invicto contemplar muitos boxes e outros detalhes coloridos, além de ter começado usando títulos com fontes lembrando escritas de grafiteiros, o que não se via mais abrindo-se o número 6, em 2007.

 Revista 10, com 68 páginas, foi a primeira no Brasil a ser dirigida por uma mulher, Noelly Russo, chefe de redação, quando elas já invadiam, com força, o universo machista brasileiro do futebol. Quando Sílvia Regina já apitava jogos do Campeonato Paulista, o principal do país, e Soninha Francine deixava a rapaziada de queixo caído comentando as partidas.

 Desde que fora lançada “Mineirão”, em 1969, em Belo Horizonte, uma enciclopédia do futebol mineiro em forma de revista – inteiramente sem anunciantes –,  a imprensa não  publicava algo gênero no país. Por sinal, esta produção, que teve Hélio Fraga, como chefe de redação, contou com a colaboração do preparador físico Admildo Chirol e do médico Hílton Gosling, ambos ligados à Seleção Brasileira; do considerado melhor árbitro de futebol do país, Armando Marques; do radialista, colunista de jornal, escritor de livros sobre histórias do futebol e então treinador do selecionado nacional João Saldanha, além do futuro escritor de grande sucesso Roberto Drumonnd, então colunista esportivo no jornal diário Estado de Minas, e dos chargistas Ziraldo, já o mais famoso do país, Lan, também aplaudidíssimo, e Henfil, este começando a ser conhecido pelo país inteiro devido a publicação das tira Urubu, pelo carioca Jornal dos Sports.

 Camisa 10, no entanto, correu em buscas de anúncios e estreou com oito –  NET (TV a cabo); Samsung (marca de TV); Mitsubishi Motors (automobilística); Diadora (chuteira); Olé (bola); Hagakure, livro filosófico de Yamamoto Tsunetomo, e Agenda Futebol 2004, ambos lançados pela Conrad Editora e Flanax (contra dor muscular). Na segunda edição, manteve só Hagakure e Olé, mas conseguiu mais cinco – Ford, divulgando o modelo EcoSpport; LG, promovendo o celular G7.100 Life´s Good, e Nokia, como “game” N-Gage na praça.

 Para um revista daquele nível, principalmente pela qualidade do papel e a cara impressão colorida, a quantidade de núncios (13)  foi pequena para duas edições lançadas, mesmo com alguns de páginas duplas. E aquele bom serviço prestado ao torcedor tirou o seu time de campo com apenas três visitas às bancas. Da última vez, prestigiada por apenas cinco peças publicitárias – Sky (TV a cabo); Gillete; EGM, “games” da Eletronic Gaming Monthly; Conrad Editora e bola Olé.    

 No que disse espeito a FootBall, esta foi fundo na busca de patrocinadores para o seu número de lançamento, valendo para março/abril de 2010. Produto bimensal da J&P Comunicação, teve por “publishers”, como escreveu em seu expediente, Daniel Japiassu e Marco Aurélio Galvão, que prestigiaram a mulher, entregando a Márcia Lobo o cargo de editora executiva. Pelo exagerado número de paginas (132), nunca aparecido em nenhuma revista esportiva brasileira, desfilaram.... anúncios – Athleta, material esportivo brasileiro surgido em 1935; Bayard (loja paulista de material esportivo); Embratel (operadora de TV); Ticket (divulgando seus serviços para restaurante, alimentação, car, transporte e aplicativos de iPhone  e iPod); Cerveja Devassa; Inbra Blindados (tecnologia de segurança para automóveis); Lincx (plano de saúde); Latinsports (comunicação esportiva, aviação de marcas, assessorias e gestão de eventos); Boston Medical Group (saúde sexual); Hospital São Luiz-SP; Unyco (comodidade em eventos); South African Airways (empresa aérea); Triumph Motocycles (loja paulista revendedora de motos); Ping Pong (restaurante paulista); Pelé Club (academia paulista de ginástica); Pelé Arena (rede cafeteira temática em futebol); BandSports (canal esportivo de TV); Guru Filmes; Anon Affinity Latin America (consultoria, criação de projetos e gestão de massificados, este com duas páginas, uma dela com um texto tipo matéria paga assinado pelo CEO José Carlos Macedo; o O Investidor (site informativo para investidores no mercado financeiro) e Keep Walking, o uísque das Johnnie Walker que se dizia ser um “gol de letra”. Com foi a revista, que só durou cinco edições, a última com 15 recados e um deles, de um canal televisivo, podendo ser permuta.

Das empresas citadas acima, três estiveram presente na primeira edição – Banco Itaú; Boa Vista (mercado financeiro); Nespresso (máquina cafeteira); Docol (metais sanitários); Dilson Caputo International Real Estate (invetimento em imóveis nos Estados Unidos); Consulting House (encontros para negócios); Casillero del Diablo (vinho chileno); Latin Promo (agência de marketing promocional); Hooters American Restaurants-SP; Fundação Pero-Sangue-Hemocentro de São Paulo; Linha Antisséptica Grasnado; Everlasts (material esportivo do pugilismo) e Inovatto Seguros foram os últimos anunciantes, já em 2011.